quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O ASSASSINO



Minha vida pacata e calma

No desenrolar dela aprendi,

Com este corpo unido à alma

Neste mundo apenas sobrevivi.



Passei por vários momentos

Fui plebeu, fui rico, fui pobre,

Enfrentei bonanças e tormentos

Mantendo-me  fiel sempre nobre.



Vivi austero todo meu cotidiano

A cada novo dia matando  um leão,

Vai passando  dia, passando ano

Veio aposentadoria, uma premiação.



Dai sem ter mais nada pra fazer

Só me resta seguir meu destino,

Matando o tempo pra não morrer

Me transformei  n`um assassino.



        “assassino do tempo”

                José Coelho







segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

VOLÚPIA CARNAL

  

Com vida calma e pacata


No primor se arrebata


No solar de nossa ilusão,


Em meio à prosperidade


Vai a voluptuosidade


Caminhando na  confusão.





Com inúmeros desejos carnais


Assemelhados ao dos animais


Vai rolando ação e desejo,


A volúpia está em ascensão


Provocando prazer e emoção


No auge do nosso ensejo.





Cada um se dando ao outro


Num amor cego e mouco


Na volúpia  a se entregar,


Com seus corpos já desnudos


Vivem pecados agudos


E seus corpos a esquentar.





Na calada das horas mortas


No clima propicio  num motel,


Encontram-se sorrateiramente


Vivendo o fulgor intensamente


O fugaz clima de um bordel.





Assim é alimentado o romance


Num ato de relação animal,


No quarto em cima da cama


O casal se doa e se ama


Num amor puramente carnal.





Foi a volúpia e o prazer


Que separou um feliz casal.


        José  Coelho




quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

FRUTO PROIBIDO




O mundo de  hoje está cheio

De maléficas frutas no  pomar,

Não invadamos o pomar alheio

Pois muito caro podemos pagar.



Os homens gostam da fruta,

Mulheres também, sem distinção,

Nem sempre a que se degusta

Excede a de nossa própria união.



Ao comer até que é gostosa

Mas maligna será a desilusão,

Pois destrói a vida amorosa

E grandiosa será a decepção. 
 


O homem,  vai todas  comendo

Dá-lhe, status e muita macheza,

Mas ao se lambuzar  vai perdendo

Todo o respeito, e casual riqueza.





Assim se gostas de fato da fruta

Come a que sempre esteve contigo,

Serás então vencedor na luta

E estarás assim  livre do perigo.

        José Coelho.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

MEUS HERÓIS




Papai, mamãe, que tanto amei

Nesta terra por Deus criada,

Neste universo sempre sonhei

Com teu carinho mamãe amada.




Grato,  mamãe, e papai também

Que  tão cedo fostes para Deus,

Fostes para a dimensão do além

Levando  todos  os sonhos meus.




Oh  mamãe santa e  bondosa

Do meu reino foste a rainha,

Neste mundo,  tão afetuosa

Afável  meiga, mas só minha.




Papai meu grande herói

Meu dedicado  professor,

Pra mim que sempre foi

Meu penhor, meu defensor.




Papai e mamãe,  quero agradecer ,  

E a benção venho vos  pedir,

Pois naquele dia ao amanhecer

Partistes sem poder me despedir.

** homenagem, a meu pai e minha mãe em memoria**

                        José Coelho







segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

NAUFRAGO






Teu semblante, teu ensejo,

No infinito da imensidão,

Em miragem não o vejo

Desta terrível e rara visão.



Neste imenso mar de lágrimas

No açude de meus sentimentos,

Naufragarão   teus remorsos

Nas dores dos teus sofrimentos.



Não haverá remanso a suportar

As lagrimejar do meu coração,

Por mais que tentes nadar

Não absolverás  tua  traição.



Teu ego, teu semblante,

Por certo irão naufragar,

Quando meu coração no istante

Suas lágrimas em ti derramar.



Neste oceano  lagrimoso cruento

Meu coração só amor implora,

Pois neste dilúvio sangrento

Meu coração sangrando chora.



José Coelho.























domingo, 19 de fevereiro de 2012

UM CORPO E DUAS ALMAS





Corpo franzino quase menino

No almejar de seu querer,

Gostando de uma jovem alma

Alma menina, alma mulher.



O corpo se unindo à alma

Vivendo um sonho a dois,

Aparentando uma vida calma

 Fazendo planos pra depois.



No decorrer de seus dias

Na monotonia de seu viver,

Eis que surge uma outra alma

Sofrendo e fazendo  sofrer.



Era um corpo com duas almas

Vivendo na confusão,

Passando dias e horas

Dividindo seu coração.



O confronto das  duas almas

Transformou o curso da vida,

Passando de uma vida calma 

A outra quase perdida.



Cada alma tomou seu rumo

Com os laços virando nós,

Vivendo este corpo sem alma

E as almas vivendo a sós.



Hoje uma alma já partiu

A outra vive a liberdade,

Vive hoje o corpo sem alma

Adotado pela humanidade.



Sem saber de onde veio

Nem pra onde irá também,

Vive este corpo sem alma

Nos braços de outro alguém.  


                J.  Coelho

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ENLEIOS AO LUAR

No meio dos meus devaneios

O luar curioso se intrometeu,

Iluminou por inteiro Minh’ alma

Meu coração emudeceu.



Invadiu meus sentimentos

Sem ordem nem licitação,

Dominou meus pensamentos

Aprisionando meu coração.



Meu ser se tornou refém

Deste invasor sem respeito,

Meu sentimento  em desdém

Aprisionado em meu peito.



Este luar insano alcoviteiro


Surpreendeu meu  coração,


Desatento ao forasteiro


Sangra de amor e paixão.


José Coelho.