quarta-feira, 5 de outubro de 2011

AMOR DIVIDIDO


Como um cristal precioso
Que se quebra quando cai,
Como a nuvem que voa
No firmamento quase à toa
E logo em seguida se vai.
Como a folha seca da árvore
Que o vento leva consigo,
Vive este cristal inseguro
Entre lamento e murmúrio
Cumprindo eterno castigo.
Com um amor sem segurança
Na inocência e na emoção,
Vai vivendo como criança
Na mais ingênua esperança
Vai doando seu coração.
Neste  ato multe  amoroso
Brutal e tão atrevido,
É um amor sem preconceito
Que bate forte no peito
Mas é um amor proibido.
Dividindo este amor no coração
Sensatez ele não tem,
Vai este alguém se acabar
Sem sequer poder notar
Vivendo em total desdém.
Com a divisão do amor
Ninguém fica satisfeito,
Cada um acha que o outro
Tem muito, e ele tem pouco
E a concordância, não tem jeito.
Não podendo mais suportar
A dor desta duplicidade,
Segue este amor sem fronteira
Mais parecendo brincadeira
Fugindo da realidade.
Como um vaso de cristal
Que se quebra quando ao cair
Vivendo no mundo iludido,
Vai caminhando contra o vento
Em seu singular tormento
Este  vil amor dividido.

              J.  Coelho

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